Assinam: Dirceu Martins Pio, Antonio Celso Zangelmi, Simone Pedersen e Udo Bock.
Surge no Brasil uma idéia que pode oferecer fortes contribuições à minimização do impacto social dos acidentes de trânsito. Trata-se da criação de uma „agência de informações“ especializada no tema, que tenha como objetivo suplementar a mídia brasileira na cobertura desse assunto.
Em outras palavras: trata-se de uma iniciativa, inédita no País, que vai nascer com o propósito de contribuir com a mídia brasileira na construção de um foco permanente na cobertura dos acidentes de trânsito, que matam no país 37 mil pessoas ao ano e deixam traumatizadas perto de 500 mil, segundo dados consolidados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e retirados da base estatística do SUS (Serviço Único de Saúde).
A mídia brasileira, sobretudo a mídia papel de interesse geral, preserva a sua influência transformadora. A pressão dos veículos de comunicação, dentro do seu papel fiscalizador das ações de governo, é o que tem proporcionado avanços na solução dos problemas que afetam a sociedade.
A Agência de Informações terá, portanto, um papel suplementar na cobertura da temática que envolve os acidentes de trânsito, um problema que tem se agravado nos últimos anos no Brasil. Ela contará com uma rede especializada de jornalistas posicionados em regiões estratégicas do País para produzir material diário especializado e aprofundado sobre os acidentes de trânsito e suas implicações para a saúde pública e para o desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras. Esse material sobre legislação, falhas na fiscalização, falhas no transporte de cargas e de passageiros, segurança de pedestres, qualidade da malha rodoviária, conseqüências dos acidentes para o Sistema Nacional de Saúde vai ser transferido à mídia para publicação simultânea ao site da própria Agência.
O grande objetivo da Agência de Informações é auxiliar a mídia brasileira a evoluir para uma cobertura sistêmica dos problemas do trânsito. Com o aumento do espaço (a meta é amplia-lo em pelo menos 50% em dois anos de trabalho e a 100% ao cabo de cinco anos) hoje ocupado pela mídia com os assuntos do trânsito, a Agência espera contribuir com a mais rápida solução dos problemas. Além disso, ela terá a possibilidade de influenciar na hierarquia dessa cobertura como resultado do jornalismo especializado que vai praticar.
A hierarquia das informações é que estabelecerá a prioridade do material a ser produzido pela Agência de Informações, que entrará em operação já com uma visão do contexto dos problemas do trânsito brasileiro. Nos países desenvolvidos, morrem por ano em acidentes de trânsito apenas 5 pessoas para cada grupo de 100 mil. O número do Brasil, por ano, oscila entre 18 a 19 mortos para cada grupo de 100 mil. São nada menos de 37 mil mortes por ano e quase 500 mil traumatizados (os números são do Ministério da Saúde). Há estados brasileiros, como Santa Catarina, onde o número de mortos, a cada 100 mil pessoas, chega a 33 por ano.
Existem recursos órgãos como o Denatran recebem uma gorda fração de todas as multas de trânsito mas não existem campanhas educativas. As leis são tímidas no combate às infrações (nem sequer tornamos obrigatório o uso do bafômetro pelos motoristas que cometem acidentes e se mostram visivelmente alcoolizados); não há fiscalização mais rigorosa e ampla. Mais de 70% dos setores de traumatologia de todos os hospitais brasileiros têm sido tomados pelas vítimas dos acidentes.
O espaço a ser preenchido pela Agência de Informações é amplo a ponto de torná-la uma necessidade. A sociedade brasileira, ao que tudo indica, ainda tem um baixo entendimento sobre os problemas do setor e nem sequer desenvolveu sensibilidade para a grandeza dos números expostos acima e ainda não entende que, por exemplo, 37 mil mortos por ano é muito mais do que mataram ao ano os últimos e grandes conflitos mundiais. A sustentação dessa teoria está no fato, incontestável, de que mais de 90% dos acidentes de trânsito no Brasil são causados por falhas humanas ou pela associação de álcool/volante, excesso de velocidade, desrespeito às leis do trânsito, associação de entorpecentes/volante (no caso do transporte de cargas), etc.
Além de ser considerada provedora de conteúdos relacionados ao tema a todos os meios de comunicação TV, rádio, jornais, revistas, sites, blogs, redes sociais a Agência vai incentivar, através de premiação, boas iniciativas da mídia na cobertura dos problemas relativos aos acidentes de trânsito.“
A Agência vai produzir também material jornalístico para mostrar que existe solução à maioria dos problemas que afeta o trânsito. As populações urbanas conseguem perceber, por exemplo, que tem crescido o número de acidentes provocados pelos condutores de motocicletas. Elas desconhecem, contudo, que em São Paulo existe uma empresa, de entrega rápida, que está há 16 anos sem registrar nenhum acidente com a sua frota de 300 motocicletas. Qual o segredo dessa empresa? Simples: ela construiu um código de ética interno com a participação de todos os seus condutores de motos. Um dos itens desse Código: obedecer com rigor às leis do trânsito.
A cada seis meses, a Agência apresentará um relatório completo a ser entregue a autoridades governamentais, legislativas, judiciárias com análise aprofundada do tema, realizado a partir do noticiário que ela vai produzir.
A Agência vai procurar estabelecer acordos de cooperação com as dezenas de entidades não governamentais dedicadas à solução dos problemas que atingem o trânsito no Brasil, sem desprezar, é claro, a possibilidade de realizar acordos com entidades internacionais. Haverá troca de conteúdos entre a Agência e essas entidades. A Agência será parceira das entidades na realização de campanhas educativas e deverá tê-las como parceiras em campanhas que ela mesma possa desenvolver.
A Agência de Informações será um dos braços do Projeto Salva Vidas, que vai ocupar-se também da problemática das áreas de risco no Brasil. Com sede no município de Valinhos (SP), o Projeto Salva Vidas teve início em junho de 2011, com a formação de seu Grupo Executor, integrado pelas pessoas que subscrevem esta Notícia.
Assinam:
-Dirceu Martins Pio, 63 anos, jornalista. Foi diretor da Agência Estado (Grupo Estado) e da Gazeta Mercantil. Como consultor, reformulou os serviços de comunicação da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguro), no período 2007/2008, o que lhe valeu especialização nos assuntos do Trânsito.Idealizador do projeto.email: dirceupio@yahoo.com.br ;
– Antonio Celso Zangelmi ,Engenheiro,com pós graduação em Engenharia de Alimentos a nível MS e Doutoramento na CAL POLY e University of Califórnia, U.S.A. e UNICAMP ,Campinas,S.P ., Brasil. Foi professor da FEA-UNICAMP(1969-1980).Foi Fundador e Vice Presidente da Fundação André Tosello(1971-1980). Projetou, instalou e dirigiu Indústrias de Alimentos no Brasil e no exterior.Consultor Internacional da UNIDO/ ONU por 20 anos.(1980-2000). e-mail: antoelyz@uol.com.br ;
– Simone Pedersen, Formada em Direito. Escritora. Escreve para jornal, revistas e blogs literários. Vários livros publicados para adultos e para crianças. email:s.pedersen@uol.com.br ;
– Udo Bock – Publicitário – Mtb n° 54 – Consultor de Comunicação e Mobilização Social. Aposentado pelo UNICEF, onde exerceu por 10 anos a função de Oficial de Mobilização Social. – e-mail: udobock@uol.com.br
Autor: Notícia recentemente publicada na Comunidade Virtual de Ex Funcionários da Organização das Nações Unidas relativa a assunto que preocupa a própria ONU e em especial o Brasil. ( http://cvirtual-ex-func-nu.bvs.br/tiki-index.php).