CIVILIZAÇÃO INCA: A civilização Inca foi o resultado de uma sucessão de culturas andinas pré-colombianas e um Estado-Nação, o Império Inca (em quíchua: Tawantinsuyu) que existiu na América do Sul do ano 1200 até a invasão dos conquistadores espanhóis e a consequente execução do imperador Atahualpa em 1533.
O império incluía regiões desde o extremo norte, como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. A capital do império era a atual cidade de Cusco (em quíchua, „Umbigo do Mundo“), e ali estava o maior templo de culto ao Deus Sol, o principal deus da religião Inca. Acreditavam em vários deuses como o trovão, a lua, o mar, etc. e sacrificavam animais e humanos em honra aos deuses que cultuavam.
O império abrangia diversas nações e possuia mais de 700 idiomas, sendo o mais falado o quíchua.
A sociedade Inca era dividida em três grupos, que se organizavam hierarquicamente formando uma pirâmide:
– na base ficavam os yanaconas, que eram escravos selecionados para proteger seus senhores;
– na parte do meio da pirâmide ficavam os nobres que eram membros da família do Inca ou descendentes dos chefes de clãs;
– no topo da pirâmide ficavam os sacerdotes, denominados de “Grande Inca”.Eles realizavam o culto ao Sol e eram responsáveis pelos cultos religiosos e pela educação dos jovem.
Quanto a cultura, praticavam diversas danças, como rituais, cada uma com seu significado e em ocasião adequada de acordo com os costumes e crenças.
Homens casavam aos vinte anos e mulheres aos dezesseis. Eles mesmos escolhiam com quem casar e ao realizarem a cerimônia recebiam terras para morar.
Aos 10 anos as mulheres passavam por uma seleção. As mais inteligentes e bonitas, sendo da etnia dos Incas, eram escolhidas e mandadas para Cuzco. Lá eram educadas por mulheres mais velhas. Algumas se tornavam esposas do imperador ou de quem ele indicasse, outras permaneciam virgens para participar do culto solar. Estas se dedicavam a fiar e tecer.
A educação dos homens também era dada nas escolas de Cuzco, mas não era como a das mulheres. Tratava-se de um sistema bem mais severo, não só com aulas sobre a religião, a história, etc., mas também aprendiam a lutar e fabricar armas além de praticarem violentos exercícios que por vezes os levavam até a morte. Estes que passavam por esta educação tinham a sua orelha furada ao terminarem, para indicar que eles faziam parte de uma elite formada por funcionários que eram chefes valorosos para o Império.
No comércio não era utilizada nenhum tipo de moeda, mas nas feiras era costume trocar alimentos por outros alimentos ou receber alimentos em troca de serviços prestados. Na maioria das vezes, porém, o povo produzia todo o necessário para a sua sobrevivência, dispensando a prática comercial.
Apesar disso, os Incas desenvolveram um sistema numérico e um equipamento para auxiliar a contagem: três cordas indicando a dezena, a centena e a milhar, chamadas de “quipus”. Apenas alguns funcionários manuseavam os “quipus”.
A arquitetura do povo Inca é um fato notável. Além da topografia que apresentava enormes desníveis no solo da região, aconteciam muitos terremotos. Esta cultura já construía pirâmides de até vinte e seis metros de altura e grandes complexos cerimoniais. Este povo foi tão brilhante em suas construções que até hoje elas permanecem. Tanto os vários quilômetros de estrada entre as montanhas, quanto o sistema de irrigação, as pontes, dentre muitas outras construções.
Parece certo que mais de vinte centros populacionais competiam entre si para produzir uma arquitetura mais impressionante.
Na arte destacaram-se, através dos objetos de ouro, calçados e tecidos.
CUSCO E UM POUCO DE SUA HISTÓRIA.
A cidade, situada no Vale Sagrado dos Incas, ao sul do País, fruto das inúmeras riquezas históricas que possui, há muito é considerada a capital arqueológica das Américas, tendo sido declarada Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO, em 9 de Dezembro de 1983.
O nome da cidade tem origem na palavra da língua Quechua Qosqo ou Qusqu, que significa umbigo, dado que, segundo a mitologia Inca, nela confluíram o mundo inferior (Uku Pacha), o mundo visível (Kay Pacha) e o mundo superior (Hanam Pacha), pelo que foi chamada o umbigo do mundo atendendo a sua posição face ao universo.
Com a chegada dos conquistadores Espanhóis, o seu nome passou para o castelhano como Cusco.
A cidade, que remonta aos séculos XI ou XII, segundo as lendas indígenas, foi fundada por Manco Capac, juntamente com a sua irmã e esposa Mama Ocllo, dizendo-se que o lugar lhes foi revelado pelo deus Sol.
Cusco, assumiu em meados do século XIII, o título de Império Inca e converteu-se na cidade mais importante dos Andes, sendo também o seu principal centro administrativo e cultural. Tornou-se ainda um eixo de culto religioso da região, bem como na cidade habitada mais antiga de toda a América.
Com a decadência do Império Inca, em 1532, o conquistador Francisco Pizarro invadiu e saqueou a cidade, estabelecendo o domínio espanhol em Cusco no dia 15 de Novembro de 1533.
Após a tomada do poder pelos Espanhóis, a maior parte dos edifícios foi arrasada por iniciativa de clérigos católicos, com o duplo objetivo de destruir a civilização Inca, e, com as suas pedras, construir as novas igrejas cristãs, bem como outros imóveis a serviço do invasor.
A maior parte do seu Império se situava em zonas sujeitas a tremores de terra. Os Incas apuraram de tal forma a técnica das suas construções em pedra, que conseguiram conferir-lhes um caráter quase que anti-sísmico,que os séculos vieram confirmar de um modo inequívoco.
No violento terremoto de 1650, quando quase todos os edifícios coloniais ficaram destruídos, Koricancha resistiu às forças da natureza!
A tradicional Plaza de Armas, o local mais concorrido de Cusco, foi estabelecida por Pizarro na principal praça da cidade durante o Império Inca, então chamada Huacaypata ou Praça do Guerreiro, e que se encontrava rodeada pelos palácios dos soberanos de então.
A Praça, que foi lugar de importantes acontecimentos da história de Cusco, tais como a celebração pelos Incas do Festival do Sol, foi transformada com a chegada dos Espanhóis, que ali construíram os belos edifícios que, ainda hoje em dia, a circundam.
Também foi durante a dominação espanhola, que foram edificadas as admiráveis arcadas coloniais em pedra que rodeiam a Praça, bem como as quatro igrejas ali existentes.
Na Plaza de Armas, encontram-se dois edifícios que não podem deixar de ser visitados quando se vai a Cusco, e que são a Catedral e a Igreja da Companhia de Jesus.
A atual Catedral, edificada entre 1560 e 1664, na qual os Espanhóis utilizaram blocos de pedra levados de Sacsayhuamán, é uma notável construção.
A fachada é de pedra esculpida e o altar-mor revestido a folhas de ouro.
MACHO PICCHU
Dominando o vale do rio de Urubamba, ao nordeste da cidade velha de Cuzco, levanta-se a montanha de Machu Picchu. Seu nome representa o conjunto arqueológico mais importante da Ámérica do Sul, e um dos mais surpreendentes do mundo: a mítica cidade sagrada do poderoso Império Inca, enraizada no meio da imponente floresta amazônica Peruana, e muito bem escondida entre cadeias montanhosas, porém muito próxima ao céu.
Machu Picchu permaneceu escondida para o mundo ocidental durante quatro séculos, mais precisamente até 1911, quando o americano Hiram Bingham teve a sorte e a honra de ser o primeiro a chegar nela e a revelar para o mundo.
Sua posição estratégica a faz quase inacessível; até recentemente somente era possível chegar à ela após três dias da caminhada, em meio a muitas subidas e descidas pela floresta. Este caminho, chamado Trilha Inca, é hoje um dos “trekkings” mais famosos do mundo.
Durante todo o ano, viajantes de todo o mundo peregrinam até Cuzco para percorrer a trilha Inca e assim, apreciar e redescobrir os mistérios milenares que cercam as construções de pedras de Machu Picchu.
As ruínas da cidade de Machu Picchu possuem pelo menos mil e quinhentos anos e se encontram a 2.700 metros acima do nível do mar, onde atualmente recebem mais de 200.000 turistas e aventureiros todos os anos. O que as fazem tão atrativas é o mistério que as cerca, principalmente pelo fato de que elas ficaram escondidas durante 4 séculos, e assim, protegida dos colonizadores espanhóis e dos próprios peruanos.
Impressiona também o fato de que até hoje os arqueólogos ainda não chegaram num consenso de qual era a sua finalidade para o Império Inca. Alguns apontam que sua construção foi originada pela necessidade de uma fortaleza escondida, com a intenção de protegerem-se dos espanhóis . Alguns afirmam até que Manco Capac II, último grande imperador Inca, a utilizou como refúgio nestes períodos conturbados.
Outra boa parcela de arqueólogos a qualifica como uma cidade de sacerdotisas, principalmente por encontrarem farto material feminino, em muito maior número que os do sexo oposto.
O certo é que com os templos, casas, observatório solar e todo os demais prédios do complexo de Machu Picchu, com suas grandes escadarias e extensos jardins, seguem desafiando o tempo desde seu majestoso descobrimento até os dias atuais!
Além deste cenário de êxtase, Machu Pichu revela segredos de uma história ainda não conhecida, e desvenda evidências de uma civilização com avançados conhecimentos de astronomia, agronomia, engenharia e hidráulica, e planejamento urbanístico.
Foragidos? Dizimados? Pouco se pode afirmar, mas muito se especula sobre seus povos. Estudos, histórias ou lendas, só indo até lá para ouvir e sentir a magia desse lugar especial.
O pais Peru é uma verdadeira mistura, as tradições das civilizações pré-colombianas. Monumentos históricos, igrejas, monastérios, casarões coloniais e sítios arqueológicos contrastam com paisagem de cordilheiras nevadas, montanhas cultivadas em sistema de terraços, florestas tropicais, desertos, praias do pacífico e até com o maior lago de altitude das Américas.
Apesar de o país ter um território com mais de 1,2 milhões de quilômetros quadrados é possível atravessar o Peru em alguns dias. De trem, de ônibus ou carro, percorrem-se vales com montanhas enormes, cruzando pequeninas vilas com casinhas de pedra, daquelas onde a civilização ainda não chegou. De barco, navega-se pelo Lago Titicaca com suas ilhas flutuantes, reservas marinhas repletas de fauna e rios da Amazônia. A pé, pisam-se caminhos construídos pelos Incas e trocam-se experiências e sorrisos amigos com descendentes deles, gente que de muitas maneiras continua usando a língua, as roupas e os costumes de seus ancestrais. Já no litoral, os surfistas enfrentam as ondas mais perfeitas do planeta.
“O Peru é um destino maravilhoso onde todos deveriam conhecer e desfrutar de sua energia única”.
Por: Eng.A. Celso B. Zangelmi. Consultor Internacional da UNIDO (United Nations Industrial Development Organization). ONU ( Organização das Nações Unidas ).
NOTA IMPORTANTE: AUTOR DO ARTIGO VISITOU A CULTURA ASTECA EM 1970, A MAIA INUMERAS VEZES ENTRE 1980 E 1985 E A INCA EM 2012.