As mais antigas tradições da humanidade se referem à saúde como um “estado de bem estar”, que resulta da integração equilibrada do corpo, das emoções, da mente e da espiritualidade da pessoa.
Chamavam estes níveis de A Grande Cadeia do Ser. E afirmavam que cada nível desta Grande Cadeia transcende, mas também inclui os seus anteriores.
Criar um “estado de saúde” é um aprendizado que pode ser desenvolvido, não importa a idade nem a condição social. Geralmente se entende por saúde a ausência de doenças. Mas não é bem assim. Saúde tem a ver com uma sensação de bem estar geral.
Tudo começou com a compreensão da importância dos fatores emocionais na vida das pessoas. E foi evoluindo para o entendimento de que somos responsáveis por nosso equilíbrio físico e emocional.
A Psicologia Transpessoal vai ainda mais longe. Ela ensina que saúde é uma questão de educação. Podemos no educar para ter saúde. Para muitos, a dor e o sofrimento têm sido os mestres cruéis desse aprendizado. Mas não precisa ser sempre assim. Podemos assumir o comando de nossa existência e aprender o significado da vida de forma mais leve. A chave para isto é o auto-conhecimento.
Costumo dizer que nossa mente é como um poderoso Boing supersônico que nós não sabemos dirigir. Ligamos o piloto automático (nossos padrões inconscientes) e vamos para o fundo do avião para dormir. E nesse estado de inconsciência passamos a maior parte de nossa vida.
O que a psicologia Transpessoal propõe é ensinar as pessoas a conhecer a dirigir conscientemente essa máquina fabulosa que é a nossa mente. Nós vivemos numa época em que o que se aprende nas escolas e nas universidades são apenas técnicas para atuar no mercado de trabalho e ganhar dinheiro. Mas não se ensina nada sobre o ser humano. Nós saímos da faculdade com um belo diploma nas mãos e um grande vazio no coração, porque não aprendemos nada sobre nós mesmos.
Estamos vivendo uma época de muita descrença no valor do ser humano, tudo que vemos nos jornais e noticiários são escândalos políticos, crimes contra a vida, contra a natureza, contra a ética, isso é o que nossas crianças também estão assistindo. Filmes mostram que matar pode ser um divertimento. Vingança é uma atitude normal. Mentir é ser esperto. Para onde foram os valores mais sagrados do ser humano, como o respeito pela vida, a solidariedade, o amor?
Diante dessa realidade, a psicologia Transpessoal propõe um olhar mais profundo sobre esse ser que está perdido, um olhar que reconhece suas patologias, mas também o seu anseio natural pela transcendência, pelos valores, pela espiritualidade. Por ter sido a única abordagem a ousar falar de espiritualidade dentro dos muros universitários, a psicologia Transpessoal foi rejeitada como não-científica. Mas, graças à persistência de seus seguidores, ela não se curvou diante da prepotência dos “doutos”. Pelo contrário, cresceu, desenvolveu pesquisas, estabeleceu métodos e hoje é ensinada em cursos de pós- graduação em diversos estados brasileiros. Através de uma metodologia vivencial acessível a todos, ela demonstra que é possível despertar o lado positivo, forte, saudável, amoroso e generoso, nas pessoas.
Mani Alvarez é diretora do CLASI – Centro latino Americano de Saúde Integral
em Campinas – SP e coordena o curso de pós-graduação em Psicologia Transpessoal – www.clasi.org.br